quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Angola detém jornalista por reportagem sobre onda de desmaios em massa

Cidade Satélite de Luanda

Nova York, 5 de agosto de 2011 - Autoridades angolanas devem explicar a prisão e detenção incomunicável na terça-feira de um jornalista de rádio por informar sobre uma onda nacional de desmaios em massa, disse hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
"A prisão do jornalista Adão Tiago destaca a obsessão do governo angolano com o controle da informação e em ditar a narrativa, em vez de se concentrar em abordar uma séria crise nacional" disse o coordenador do CPJ para a defesa dos jornalistas na África, Mohamed Keita. "Pedimos às autoridades angolanas que expliquem a prisão de Tiago imediatamente".
Desde abril, mais de 800 pessoas, a maioria comporta por alunos adolescentes, desmaiaram depois de se queixarem de dor de garganta e nos olhos, falta de ar e tosse, divulgou a emissora dirigida pela Igreja Católica Rádio Ecclesia. Em meio a novos relatos de substâncias tóxicas não identificadas, o ministro do Interior Sebastião Martins ordenou uma investigação sobre as causas na semana passada;  e, na terça-feira, o porta-voz do partido governista Movimento Popular para a Libertação de Angola, pediu aos cidadãos que pudessem ajudar a resolver a questão de alguma forma que se apresentassem, de acordo com relatos da imprensa local.
No mesmo dia, quatro policiais apreenderam o repórter da Rádio Ecclesia, Adão Tiago, na capital, Luanda, pela divulgação em 29 de julho do desmaio de 20 estudantes em uma escola local onde ele ensina inglês, segundo jornalistas locais. Tiago foi preso sem  mandato judicial em frente  aos seus alunos, levado à delegacia de polícia sem nenhuma explicação, e detido incomunicável por 23 horas, contou mais tarde ao CPJ. Um detetive da polícia o questionou sobre o motivo de ele ter divulgado o incidente, disse Tiago. De acordo com a pesquisa do CPJ, a Rádio Ecclesia trabalha sob intensa pressão do governo e autocensura.
No dia em que Tiago foi preso, Rui Pires, médico que trabalha para o ministério da Saúde, culpou a "histeria coletiva" e cobertura sensacionalista da imprensa pelos desmaios, de acordo com informações da imprensa.
Nota Ordidja
Até quando(?) Angola vai estar sob jugo da repressão e da perseguição, sob aqueles cujo o único objetivo é de INFORMAR?
Até quando(?) os angolanos vão permitir que os polícias do Pensamento e da Liberdade de Expressão massacrem e persigam angolanos?  
Até quando(?) o Mundo vai fingir que a ditadura de porcelana que graça no Estado angolano, não existe?
Caro amigo, irmão e cunhado Jorge Spencer, claro que gostei das fotografias da cidade satélite que antecipa a informação da detenção do jornalista Adão Tiago (que conheço bem, por sinal), e pergunto do que valem todas essas belas construções, num país em que, informar é um crime de lesa pátria? Obrigado pelo mail...
Aquele abraço!